domingo, 29 de junho de 2014

Ontem era 2a feira, Hoje já é Domingo.

“Anteontem” era 2a feira e estava em Casablanca, Ontem foi Sábado e tive um dia desde as 7h da manhã até às 22h, Hoje é Domingo e já faz 1 Mês que aqui estou.

Há uma coisa que qualquer expatriado que leia este blog e qualquer futuro expatriado que leia este blog, vão confirmar e comprovar, respectivamente: é que o Tempo passa a correr. Dás por ti numa 6ª feira a pensar: “Bolas, ontem era 2ª feira, hoje já é 6ª feira”. As semanas não passam a correr, as semanas passam a saltar.

2ª feira estive em Casablanca a tratar de uns “negócios”, estive poucas horas. Foi chegar, “negociar” e arrancar. Contudo, ainda deu tempo para andar uns 100 m na Boulevard d´Anfa, para ter uma refeição ocidental “da moda”, para fazer uma ideia que Casablanca pode ser a Paris de Marrocos e para ver que o trânsito é um selvagem caótico que por ali anda.




Do pouco tempo que estive em Casablanca, deu para ter a noção que é a Capital Administrativa de Marrocos, que as empresas estão ali e que os negócios fazem-se ali. As pessoas vestem-se administrativamente. Pelo menos na zona onde estive. Eles de fato elegante completado com sapato clássico. Elas de saltos e blazer. Não vi burcas.

Passou 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, tudo a saltar. Dei por mim a gozar o “descanso” de Sábado às 7h da manhã a controlar o transporte das máquinas que vêm para furar o chão até mais não.

Foi incrível assistir às manobras dos camiões a passarem por entre caminhos de terra batida e, literalmente, a saltarem de tanta força fazerem durante manobras complicadas. Eu que não ligo a “motores” fiquei impressionado. É de facto de dar os Parabéns aos Homens que fizeram tais manobras em situações bastante complicadas. E no final dei-lhes mesmo os Parabéns.

Como já escrevi, e como sempre acontece, passa tudo do 8 para o 80. Estamos a entrar no 80.
As máquinas estão praticamente montadas e prontas para conquistar o solo da Lezíria do Rio Loukkos.
E no meio de tantas andanças de mecânica, lá aparece uma beleza natural no meio da obra. É lindo esse contraste e essa natureza.




No final da semana, aparece também a “coisa” mais boa e mais fofinha  deste mundo: a Anita. (Isto enquanto não vem ao mundo a Amélia). Dei por mim de coração cheio de alegria a tomar conta dela 6ª à noite e sábado de tarde. As crianças são incríveis. Espertas. Inteligentes. Cheias de Surpresa, de Amor, de Ternura. Ficou apaixonada por mim e eu por ela. Andamos para todo o lado.

A Anita na Obra. 


A Anita no supermercado. 

A Anita a Jogar Quadro (com os meus chinelos).



A Anita com o Tio Diogo.


Hoje, é Domingo e faz 1 Mês que cheguei a Marrocos. Faz 1 mês, mas parece que já aqui estou há 2. Verdade. Apesar de o Tempo passar a saltar, tem momentos que custam a passar. A Saudade aperta. Vês as pessoas a curtirem o início do Verão. Festas no Facebook e por aí fora. Agarraste às coisas boas que aqui tens. Ao desporto, ao trabalho, à Anita, ao Espírito de Equipa, à Motivação, à certeza que a experiência te fará crescer e ser uma pessoa melhor. Agarraste à Crença, à Força, à Energia, à Paz de Espírito, aos Amigos que te procuram para te falarem no Skype.

Agarraste a ti próprio e ao futuro que idealizas para ti. Ficas em Paz e fazes para ser Feliz.




Amo-te.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

O Fim de Semana da BG-28



A BG-28, acabada de chegar à obra no sábado, vem para diminuir ou acabar com momentos como os dos videos deste post. Afinal, estamos aqui para trabalhar. Essa é a primeira razão para que estamos aqui.


A vida é para ser vivida com equilíbrio. Na impossibilidade deste, há que contra-balançar os pratos da balança da puta da vida. A "Puta da Vida", já dizia o meu Grande Amigo Fernando Jorge Requicha.

Este fim de semana chegou a BG-28, uma das que vai furar o chão até mais não. 
No momento da sua chegada houve mais um ensinamento: Saber falar com todos da maneira mais correta. Saber fazer o chamado "jogo de conflitos".


"Saber falar" e achar a maneira correta para dizer as coisas é algo que me tenho apercebido ser muito importante para chegar-se lá. Ainda hoje, um Encarregado de uma outra empresa me ensinou e alertou para isso. 

No sítio certo à hora certa. 

Entre argumentos e contra argumentos de colocar a máquina no lugar pretendido, dado que, para passar de uma margem para a outra, não podendo ser feita por uma ponte devido ao seu excesso de peso, havia de se fazer um caminho estreito, de terra batida e com 22 kms, o qual o condutor não se mostrava disponivel. 

A verdade é que havia sido combinado com o chefe que ela iria para o sitio dela.

Com calma, a situação resolveu-se e ela vai lá chegar.

Após o grito vitorioso do condutor, não indo fazer o dito caminho, que de certo modo poderá ter razão dadas as dimensões da plataforma que transportava a máquina, na tentativa de a deixar guardada no armazém, todo o conjunto ficou preso numa zona da obra. Pior, foi quando se tentou ligar a máquina para a tirar da plataforma e esta não tinha bateria.


É assim a vida em obra, do nada tudo muda. Não só a vida em obra.




Amo-te. 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Ele: O Stress


Eu já sabia que Ele mais tarde ou mais cedo iria chegar, mas não pensei que fosse chegar já.
Pensava que viria quando tudo chegasse definitivamente à obra. Afinal já está a chegar num nesses Packing Lists* que teimam em não sair da Alfândega de Tânger. Só que o d´Ele não está identificado.

Já estava preparado para o receber com um Sorriso. Sempre tive, e vou continuar a ter, a Política de Vida de sorrir para Ele. Assim, Ele continuará a dar-se bem comigo e eu com Ele.

Ele vem e volta várias vezes ao dia. Dependendo do grau de trabalho com que se está. Agora estamos com grau 8 e Ele está cá, mas quando estivermos com o grau 80 vai continuar a estar cá. Independentemente de ser 8 ou 80, Ele está cá.

Já começa a ser comum soltar o "Fodaz" ou um "Caralho" sempre que o telefone toca. Porque toca de 5 em 5 minutos. Este soltar de palavras asneirentas é um sinal comum e frequente da presença d´Ele. 
Calma. Relax. Ele já se vai embora. Sorri para Ele que Ele não gosta e Ele já foi embora.

Ele altera, primeiro o comportamento profissional e depois o comportamento pessoal. Aí não pode mesmo ser. Ele que se foda. É que é mesmo assim.

Fica tranquilo, com "atitude" de jogador da bola e calma. Ele sai.

De todo não podes deixar que Ele te consuma e que te afete os dois tipos de vida. A profissional e a pessoal.

Hoje a meio do caminho para a Obra cruzei-me/ia pisando com o carro, um animal que de todo a este animal Ele não o afeta.
Na sua calma estava a atravessar a estrada e no momento de um carro a aproximar-se continuou na sua sem demonstrar a presença d´Ele. Atitude com classe.


Outro segredo para combater contra Ele: Fazer Desporto. Ainda por cima se há a possibilidade de fazer desporto na praia. Em contacto com a Natureza. 
Fazer Desporto revitaliza a alma, recupera energias e renasce vontades. Ele desaparece.
Estar em contacto com a Natureza, absorve energia e até faz surgir ideias. Ele desaparece

Afinal foi em contacto com a Natureza que Newton formulou as leis da gravidade enquanto descansava à sombra de uma macieira. Assim como, o designer suíço George de Mestral desenvolveu o conceito do velcro depois de estudar as sementes de bardana que se pegavam ao pelo do seu cão.


Isto tudo para dizer que o desporto luta contra Ele e que a Natureza é igualmente uma excelente forma de desbloquear a criatividade e de ter novas ideias, fazendo automaticamente um desbloquear perante Ele.

E tudo funciona melhor sem Ele.

Ele: O Stress.



*Packing Lists são as listas de Equipamentos e Materiais que vêm de Portugal para fazer a Obra



Amo-te.


quinta-feira, 12 de junho de 2014

O Miúdo da Água





Hoje foi um dia incrível. Apenas uma pequena amostra dos dias de trabalho que se avizinham. Dias em que as horas vão passaram a correr, com todos a correr de um lado para o outro.

Eram 8.30h estava a chegar ao estaleiro e a preparar-me para um dia com algum trabalho controlado e programado. Esquece. Toca o telefone. Dia todo virado ao contrário. Chega isto, chega aquilo. Monta-se aqui, monta-se ali. Início de Obra é assim. Sempre a andar. Sempre a mil.

O dia passou a correr.

Almocei com uns colegas marroquinos, num almoço mesmo engraçado. Desde comer conforme os seus costumes, a uma troca de línguas constantemente. Eu quero que eles me ensinem francês. Eles querem que eu lhes ensine espanhol. Dor de cabeça gigante. Já falava francês quando queria falar espanhol e vice-versa.

Comecei a fazer o que queria fazer, supostamente às 9h da manhã, às 20h. Saí do estaleiro às 21h. A meio do caminho foi incrível o que aconteceu.

Cabras e ovelhas a passarem no meio da estrada. Dois miúdos a galope num burro. Um deles salta do burro a correr atrás do meu carro. Páro. Pede-me água. Olho para todo o lado do interior do carro. “Eu tinha aqui água!!!” – pensei. Desligo o carro. Saio. Procuro. Encontro. Água quente por estar dentro do carro o dia todo. Ofereço-lhe a garrafa. Não fala francês. Tento explicar num gesto em português que a água está quente. Mas ele já a estava a beber. Percebeu. Mas não quis saber. Tinha sede mas estava feliz e com energia. Tinha sede mas sorria.

Pediu-me dinheiro mas não lhe dei.

Vou voltar a cruzar-me com ele. Filmar como deve de ser uma conversa com ele e dar-lhe dinheiro.




Amo-te.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

A religião

Video: https://www.youtube.com/watch?v=GbRP0rMne6M

Ainda muito pouco ou quase nada sei sobre a religião que por aqui se pratica, mas uma coisa é certa: é forte. É muito forte.
Nota-se que é carregada de Crença. Pesada. Forte. Rígida. "Acreditada" por eles. Com muitas regras, algumas de difícil compreensão para outros mundos que não este.

Desde hora especificas que as mesquitas dão "sinal de reza", a rezas feitas na própria rádio.
A religião deles é forte e carregada de crença. Nota-se pela própria intensidade da reza. Pela própria maneira de rezar. Até pelas pausas durante a reza.

Ainda não percebi bem os rituais, as horas, os dias sagrados. Sei que 6a feira é um deles, onde as pessoas param e vão a casa de propósito trocar de roupa para irem rezar.
Sempre quis fazer um filme destes: entrar numa cidade muçulmana ao som das rezas, a conduzir e a filmar o ambiente à volta. É um ambiente forte e de certo modo pesado, mas que transparece paz e calma. Relaxamento em certo ponto. Eu sinto. Sente-se.

Depois de um fim de semana onde consegui praticar algum surf, com algumas aventuras, e que ainda preparo um vídeo da experiência, fica aqui este momento que gravei há uma semana quando saí do trabalho.



Amo-te.




sexta-feira, 6 de junho de 2014

Momentos vividos descritos em fotos.

Hoje decido escrever com base em fotos. Fazer "legendas" de fotos.
Reportar momentos vividos nos muitos poucos minutos livres durante o trabalho. Minutos aproveitados essencialmente no caminho trabalho-casa e casa-trabalho durante a hora do almoço ou ao final do dia. 

Minutos esses que aproveito para contemplar este mundo onde "vivo" ou que observo e aprendo, estando eu no meu próprio mundo. 

Não me sinto de todo a viver aqui. É a sensação de estar de férias noutro país. Não de férias, como é óbvio, mas aquela sensação de que não sou de cá e que aprendo a observar este mundo enquanto cá estou, estando eu no meu próprio mundo.

É quase um retiro espiritual. Ou é mesmo um retiro espiritual.


Esta foto foi tirada dia 2 de Junho, 2a feira passada. Foi um prato que fiz. Que costumo fazer em Lisboa: pescada no forno com batatas. O engraçado deste prato foi quando chegou ao momento de ir ao forno não havia pirex. Solução: lavar um tabuleiro de prata ou estanho, não sei, e fazer dele de "pirex". Resultou na perfeição. O aspecto não é o melhor mas o sabor era aquele deste prato feito em Lisboa.


Foto tirada dia 4 de Junho, 4a feira. África que é África tem que ter uma foto destas. Todo o sítio de África tem uma foto destas. Iam dois homens de pé, sobre o pára-choques da carrinha. Isto foi à saída de Larache. Quase a chegar à já esperada "Paragem Policial". Assim que se estavam a aproximar da polícia, forçaram o pouco espaço que havia no interior da carrinha e lá encostaram a porta. Por azar das suas esperanças foram mandados parar. Não sei se foram descobertos. Logo a seguir tive que virar em direção à obra.



Fotos tiradas dia 4 e 6 de Junho. No caminho que faço todos os dias, há cavalos lindos. Há pastagens lindas. Uns cavalos mais bem tratados que outros. Selvagens não creio que sejam. Mas passam ali horas do dia sozinhos. Parei uma das vezes e tentei chegar-me ao pé deles mas fugiram. Tenho filmado. Daqui a 5 dia carrego.




Fotos tiradas dias 4 e 6 de Junho. Não é, de todo, objectivo deste blog falar de assuntos de trabalho. Nem nada aqui será escrito sobre situações de trabalho. Apenas utilizo estas fotos para mostrar que a Engenharia Civil está muito associada à Engenharia Mecânica. E que nos trabalhos todos aprendem com todos e todos ensinam a todos. Todos se ajudam a todos e todos são essenciais na cada parte do seu trabalho. Sem um não se fazem todos. Sem um não se faz a equipa. Só o trabalho de equipa permite a conquista e o sucesso de toda a equipa. 
Nestes dias aprendi muito sobre mecânica de gruas. 
Em obra é preciso saber muito de equipamentos e respectiva mecânica. 
A primeira foto mostra o disco da giratória da grua e os respectivos mecanismos de travagem. A segunda foto mostra a tirada de medidas das alças pendais da grua. A terceira foto mostra a avaliação de passagem de corrente eléctrica no quadro da grua.

 

Fotos tiradas dia 4 de Junho. Aqui bebe-se muito sumo de laranja natural. E é ótimo. É um hábito que já ganhei cá. (Entretanto acabo de ter um dejavú enorme ao estar a escrever isto). Aqui não se bebe álcool. Então bebe-se sumo de laranja natural ou café com leite. Em Lisboa era raro as vezes que fazia sumo de laranja. Cá faço todos os dias. Temos uma maquininha em casa. Todos os dias de manhã corto 4 laranja e faço. 
A primeira foto foi ao pequeno almoço. Sumo de laranja acompanhado daquele "pão" (cujo o nome não me lembro) com ovo estrelado e mortadela. Ótimo. Mas enche para toda a manhã. A segunda foto foi tirada na varanda de minha casa na hora do almoço.


Foto tirada dia 4 de Junho. Antes de fazer desporto. Ao fim do dia, tiro esta foto de uma parte da cidade de Larache iluminada pelo anoitecer. Típica foto de anoitecer em Marrocos. Energia. A foto mostra uma pequena muralha que cerca esta parte da cidade. Fora da muralha há um campo de futebol rodeado de lixo. É aqui que faço a minha sessão de ginástica. (Enquanto o tempo de trabalho assim o permitir).




Fotos tiradas dia 6 de Junho: uma parte da sociedade. Gente pobre com dificuldades. Vivem da terra e dos animais. São esforçados e esforçam-se. Sabem o que a vida custa. De pequenos começam a ter essa sabedoria. A primeira foto mostra um miúdo, dos seus 15 anos, montado na carroça, puxada pelo seu cavalo. Provavelmente vais buscar palha. Um daqueles que, do nada, aparece no deserto do meio da obra e passa por ela. A Segunda foto, mostra um velho cansado a andar devagarinho, transportando o seu trabalho. Provavelmente o miúdo da primeira foto daqui a 70 anos. "Inshalah" ("Deus queira" em português - não sei escrever em árabe) que assim não seja e que o miúdo tenha uma vida melhor.



Fotos tiradas hoje, dia 7 de Junho, enquanto dava as voltas de logística com o Hassan. (O Hassan é o nosso "caseiro"). 
Sociedade. As Mulheres "desta sociedade". Não me vou alongar muito sobre elas, pois vou dedicar um post sobre elas. Merecem. Sofrem, lutam, vivem. Mas não sei.
A outra foto mostra sacas de especiareis numa mercearia. Chás. Muitos chás. Louro. Etc, etc, etc, Cheira lindamente bem.


E STOP. Por hoje chega. Amanhã há mais. Amanhã é Sábado mas vai-se trabalhar bem.

Beijinhos e Abraços.

Até amanhã Larache.


Amo-te.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

The Search no 1º Domingo em Larache

Video 1:  https://www.youtube.com/watch?v=IoTwV4yrEaQ&feature=youtu.be

Video 2:  https://www.youtube.com/watch?v=okgnTFug7pc 



Domingo foi um dia de descanso e dia de começar a tentar procurar alguma coisa: Ondas.

Larache é uma cidade costeira por isso tem que haver ondas.
O meu chefe disse-me que viu uns surfers a descerem as rochas junto da lixeira que existe ao pé do mar

Antes de sair de casa preparei uma mochila com tudo: fato, quilhas, wax, shop, água, comida, etc.. e fiz-me à estrada pela cidade.

1a paragem: junto do mercado. Saio para olhar o pico ao longe. Tem movimento. Volto ao carro. Mochila às costas, prancha já cá fora e tudo a olhar. 

Gajo raro na cidade. De mochila e prancha de surf. Ainda por cima salta vedação e mete-se a andar pelas rochas na arriba. Desapareceu.

30 min a saltar de rocha em rocha...chego ao pico. Tem movimento de onda mas precisa de ter mais swell. Ao fundo um senhor, sentado debaixo de um chapéu de sol, recebe-me com um sorriso e acena-me: "Surfer surfer....bsiuuuu bsiuuu. Ondas, ondas, fcccht puff...Bueno, bueno...peligro, peligro" dizia-me ele numa conversa que trocamos, rica em línguas misturadas.

Ali tem onda. É uma esquerda em cima de uma laje. Porém, mesmo em frente, as arribas não são como em São Julião. Aqui as arribas estão cobertas de lixo. Todas cobertas de lixo. Mais ao lado há uma descarga vinda da cidade. Ainda bem que trouxe comprimidos de Cortisona e Locoid (pomada para as alergias da pele).

Arranco para a praia. Novamente mais 30 min a saltar de rocha em rocha. 

No caminho para a praia, já no carro e à saída pela cidade, encontro a já esperada paragem policial. O Chefe avisou: "Páras junto do STOP e não avanças enquanto o gajo não te mandar". 

Aproximei-me, parei. 10 segundos, 20 segundos, 30 segundos. O Guarda a falar ao telemóvel, de costas, mesmo prontinho para ouvir o meu carro a avançar sem a sua ordem e fazer a multa saltar.

 "Vira-te caraças (para não escrever outra coisa). Vira-te" - pensei. "Não vou avançar, não vou avançar e não vou avançar". 

VIROU-SE! 

Mandou avançar...ahahaha...aprendido e multa limpa.

Pelo caminho para a praia pic-nics de familias. Chego. 

2a Paragem: Praia de Larache.

Carrinha com duas pranchas em cima. Alegria em ver "Irmãos".

"Oyeeee...De onde sois?" Eram espanhóis. Um de 30 outro de 16 anos. O de 30 trabalhou cá. O de 16 estuda cá. A sua mãe trabalha cá. De manhã houve ondas, de tarde o vento subiu e estragou tudo disse-me ele. "Não me digas isso ok?" (respondi)

Ficamos amigos e próximo domingo reencontramo-nos. (Se o trabalho der para tal.)

Fim de tarde, corrida com o chefe. 5 km´s diários. A ver se cumprimos.

Termino num campo de futebol. Onde estavam 5 marroquinos a fazer ginastica de rua com argolas. Elevações, cristo, ombros, cambalhotas. Fui para ao pé deles. Solto umas palavras de Ginástica e afins. 10 minutos e convidaram-me para treinar com eles. Até me ajudaram a subir para as argola lá no alto.

Esquece. Aragem com cheiro de lixeira à mistura: Esquece. Ia ficando sem sentidos e com uma vontade de vomitar horrível.

"Amanha há mais? Horas?" 

Resposta: "Tout le jours a las 20h"

Lá estarei hoje, 3a feira.

Até já Amigos Ginastas.



Amo-te.